Mensagens

A mostrar mensagens de 2007

O estranho facto de uma celebração pela família

No passado dia 30 de Dezembro, na Plaza Colón, em Madrid, centenas de milhares de pessoas (um milhão e meio de pessoas segundo os organizadores) participaram no encontro “Por la familia cristiana” presidido pelo cardeal de Madrid, Rouco Varela e que contou com uma mensagem especial de Bento XVI no decorrer do Angelus ao meio dia a partir da praça de S. Pedro. A estranheza da enorme adesão é comentada neste artigo pelo padre Julián Carrón, presidente da Fraternidade de Comunhão e Libertação, publicado no jornal El Mundo de sábado passado. O estranho facto de uma celebração pela família Julián Carrón, El Mundo, 071229 Estamos perante um facto estranho. Indiscutível. A convocatória para a celebração deste domingo na Plaza Colón de Madrid suscitou um movimento de adesão em muitíssimas pessoas que quiseram reunir-se gozosas para expressar publicamente o bem que significa para eles a família. Não deveríamos menosprezar esta resposta. Desde há décadas que continuamente recebemos mensagens que

Spe Salvi

Spe Salvi

Petições

Declaração de solidariedade com o Santo Padre (Abril de 2009) Homenagem Filatélica a D. Nuno Álvares Pereira (Fevereiro de 2009) Petição Internacional pelos Direitos e Dignidade da Pessoa Humana e da Família (Novembro de 2008)

Concursos abertos

Concurso de fotografia "Open our eyes wider" até 15 de Maio de 2009

Santa Isabel da Hungria (1207-2007)

Igreja celebra os 800 anos do nascimento de uma das mulheres mais extraordinárias da Idade Média . 1. Santa Isabel da Hungria nasceu em 1207 e morreu em 1231, com 24 anos vividos com grande intensidade. Isabel aparece nas páginas da história como Princesa da Hungria, Grande Condessa da Turíngia e Penitente Franciscana. A sua memória litúrgica é no dia 17 de Novembro. Filha do Rei André II e de Gertrudes de Andechs-Merano, casou-se aos catorze anos com Luís IV, Landgrave ou Grande Conde da Turíngia. Teve três filhos: Germano, o herdeiro do trono, Sofia e Gertrudes. Ficou viúva aos 20 anos. Foi canonizada pelo Papa Gregório IX, em 1253. É tia-avó de Santa Isabel de Portugal. 2. Com a morte do marido, a Grande Condessa dá lugar à Irmã Penitente. Ela é a primeira figura feminina que mais genuinamente encarna o espírito penitencial de Francisco de Assis: fé profunda em Deus, vida humilde e serviço aos pobres e doentes. Está na origem da Ordem Terceira Franciscana, Secular e Regular. A

A CHEGADA DA MORTE

Maria José Nogueira Pinto | DN 2007.11.11 Com o fim das grandes escatologias, das perspectivas colectivas de um final feliz, religiosas ou científicas, como foi o caso do marxismo, os seres humanos viraram-se para um individualismo feroz, projectos próprios de felicidade e de futuro, despidos de transcendência, valores ou referências. Numa cultura caracterizada pelo valor máximo do sucesso pessoal, da beleza e da perfeição, o sofrimento e a morte, a percepção do outro e a referência da dignidade humana foram-se perdendo.  Dizia-se que começávamos a morrer no dia em que nascíamos. Hoje, esta afirmação parece uma indelicadeza desnecessária. O mito dos recursos inesgotáveis da ciência e da tecnologia criou a convicção de ser possível eliminar todo o sofrimento e adiar indefinidamente a morte. Estas expectativas esbarram inevitavelmente com aquilo que é e será sempre a condição humana: uma condição forte e fraca, gloriosa e pungente, perfeita e imperfeita

Jornal das Boas Notícias, 20

JBN20

Paridade

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Diário de Notícias, 20070818 João Miranda investigador em biotecnologia A paridade, isto é, a ideia de que as profissões mais apetecíveis devem ter igual percentagem de homens e mulheres, é uma das utopias das democracias modernas. A paridade não é entendida apenas como um resultado expectável da igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, mas, sobretudo como um objectivo a atingir através de medidas políticas. A paridade tem levado, um pouco por todo o mundo, à criação de quotas na política, nos cargos dirigentes das empresas e nas universidades, mas não nos serviços de recolha de lixo ou na construção civil. A paridade pressupõe que homens e mulheres têm, em média, as mesmas capacidades e as mesmas preferências. Mas a verdade é que as diferenças entre homens e mulheres são demasiado relevantes para serem ignoradas. Em média, as mulheres preferem trabalhar com pessoas, os homens com tecnologia, as mulheres são mais cautelosas, os homens gostam de corr

O discurso do futuro presidente dos EUA

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Diário de Notícias, 20070813 João César das Neves professor universitário naohaalmocosgratis@fcee.ucp.pt No dia 7 de Janeiro de 2017, Jack Stevens tomou posse como Presidente dos Estados Unidos da América. O discurso que então fez ficou famoso: "Americanos. Sou a partir de hoje o vosso Presidente. Não sou o primeiro Presidente negro, mulher, muçulmano, judeu, austríaco. Sou apenas eu, sem nada de especial que me distinga. Para lá do vosso voto, na nossa gloriosa democracia. Nessa democracia anda já muito ocupada uma pequena indústria a tratar de mim. Investiga todos os detalhes da minha vida e, usando os métodos mais avançados da técnica, informará sobre os factos mais estranhos da minha pessoa, verdadeiros ou falsos. Ela acha que há algo de especial que me distingue. Sobre isso ficai desde já informados que eu admito tudo, confirmo tudo e não comento nada. Sobre a enorme quantidade de material que será publicado, emitido, noticiado e relatado sobre mim, assum

Aaron Jean-Marie Lustiger, o cardeal judeu

Público, 12.08.2007, Esther Mucznik Até ao fim, foi o incansável obreiro de uma relação mais fraterna entre judeus e cristão "Exaltado e santificado seja o Seu grande Nome, no mundo que Ele criou por Sua vontade..." Assim começa o kadish, oração judaica dos enlutados, que abriu na passada sexta-feira a cerimónia de homenagem ao Cardeal Jean-Marie Lustiger no adro da catedral de Notre-Dame de Paris. Judeu de nascimento e católico por opção, o Cardeal quis fazer da sua cerimónia fúnebre um acto simbólico da sua própria vida: por sua vontade expressa, Jonas Moses-Lustiger, neto do seu primo Arno Lustiger, leu em hebraico e em francês o salmo 113; em seguida, depositou no caixão um pouco de terra trazida de Jericó e de Jerusalém e levada ao Santo-Sepulcro e ao Muro das Lamentações, símbolos respectivos da cristandade e do judaísmo. Por sua vontade também, Arno Lustiger pronunciou o kadish junto ao caixão, acompanhado por rabinos e entidades judaicas. Parodoxal, este cerimonial ju

O nosso admirável Portugal novo

José Manuel Fernandes Público, 07.08.2007 Regulamentar o acesso às profissões. Criar uma caderneta individual de competências. Acrescentar os organismos públicos de fiscalização. Assim se constrói um Portugal "eficiente". Está tudo na resolução do último Conselho de Ministros Passou quase desapercebida a resolução do Conselho de Ministros de 2 de Agosto onde se anuncia legislação sobre o acesso e o exercício das profissões, tendo "em conta aspectos essenciais, partindo da identificação do interesse colectivo ou das razões inerentes à própria capacidade que fundamentam a restrição à liberdade de escolha da profissão". Na conferência de imprensa que se seguiu, o ministro Vieira da Silva deu, como exemplos das profissões a regular, a de jornalista e a piloto de linha aérea. Acontece, porém, que, na redacção daquela resolução, se procede a uma importante inversão da ordem dos factores, quando a comparamos com o texto constitucional. É que, enquanto este, no seu artigo 4

O FIM DA CONCORRÊNCIA LIVRE E NÃO DISTORCIDA

Diário de Notícias 20070806 João César das Neves professor universitário naohaalmocosgratis@fcee.ucp..pt No meio de dificuldades uma nova geração de políticos toma as rédeas da Europa. A sua primeira tarefa é majestosa: definir os princípios da União. O Presidente francês, Nicolas Sarkozy, teve já uma influência decisiva, ao retirar a concorrência dos princípios da Constituição Europeia. O n.º 3 do artigo 3.º do futuro Tratado dizia: "A União Europeia estabelece um mercado interno, onde a concorrência seja livre e não distorcida." Agora a frase termina na vírgula. A Europa descobre assim que está enganada há 50 anos. Sarkozy explicou as razões: "Isso vai talvez dar um pouco mais de humanidade à Europa. Porque enquanto ideologia, enquanto dogma, que deu a concorrência à Europa? Deu cada vez menos gente que vota nas eleições europeias, cada vez menos pessoas que acreditam na Europa. Havia talvez a necessidade de reflectir. Eu acredito na concorrência, acredito nos merca

Pensamento positivo

Público, 2007.08.01, Helena Matos Pensamentopositivo Publish at Scribd or explore others:
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Ainda sabe dividir quatro por sete? E o seu filho? , JMFernandes, Publico, 070723

Ainda sabe dividir quatro por sete? E o seu filho? 23.07.2007 O "eduquês" não desiste. A calculadora está de regresso ao ensino básico, a tabuada ou as regras da divisão ou saber tirar a "prova dos nove" ficam para depois. Sendo assim, alguém se surpreende com os maus resultados que se registam a Matemática? Vale a pena aprender a nadar? Para quê, se há barcos e, nos barcos, há bóias? Vale a pena aprender andar de bicicleta? Para quê, se há motas, automóveis, autocarros, comboios?... Vale a pena aprender a ler? Para quê, se os computadores já são capazes de ler por nós e basta conhecermos o significado das palavras? Contudo, procuramos que os nossos filhos aprendam a nadar, mesmo que não sejam pescadores. E entusiasmamo--nos quando se equilibram na bicicleta ou associam as primeiras letras. O surpreendente é que, apesar de acharmos natural qualquer das anteriores aprendizagens, ouvimos com naturalidade, porventura sem estranheza, miúdos dizer que têm más notas a Mat

Ma educacao, VPV, Publico 070715

Má educação 15.07..2007, Vasco Pulido Valente Não sei como a minha geração, que viveu em permanente perigo de morte, conseguiu chegar à idade adulta. A bolas-de-berlim, por exemplo. Quando, em 1940 ou 50, comecei a ir à praia, comia bolas-de-berlim, com a criminosa colaboração da minha família. Aparecia a D. Aida com a sua lata e, em dez minutos, lá iam duas bolas a escorrer de creme, sem qualquer investigação ou autorização do Estado. O Estado nessa altura não se interessava pela minha saúde. Fazia mal, fazia muito mal. Agora felizmente existe uma Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, a ASAE, que vigia este delicado comércio. As bolas têm hoje de estar em malas térmicas com uma temperatura de, pelo menos, 7 graus, têm de ser servidas com pinças (suponho que para evitar o pernicioso contacto da mão humana) e os vendedores têm, como é natural, de tirar um curso especial de "manuseamento". As multas vão até aos 3740 euros; coisa que se percebe muito bem qua

Zita Seabra, JCEspada, Expresso, 070714

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Zita Seabra jcespada@netcabo.pt A alegria de viver de Zita Seabra é a melhor celebração da liberdade e a mais profunda ruptura com o universo soturno do comunismo ‘Foi Assim’ é o título do livro de Zita Seabra que foi apresentado na semana passada, no Quartel do Carmo perante vasta assistência, por Mário Soares, José Pacheco Pereira e Carlos Gaspar. Foi uma celebração da liberdade. Zita Seabra conta as suas memórias desde que, aos 15 anos, aderiu ao partido comunista (em 1965) até que deixou a ideologia comunista, em 1989 (tendo sido expulsa em Maio de 1988). A principal mensagem que insiste em transmitir é que, para romper com o comunismo, é preciso compreender que não foi a (má) prática comunista que distorceu os (bons) ideais comunistas. A má prática foi apenas a consequência dos maus ideais. Qual é a natureza do mal comunista? Vários grandes autores do século XX deram contributos para o definir. Raymond Aron pôs a nu o ópio dos intelectuais, uma ideologia totalizante que recusa s

Ratio Studiorum

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Nos 80 anos do Papa Bento XVI

D. Javier Echevarría  Público 19.04.2007  Ser Romano Pontífice significa tornar-se pai de uma multidão de filhos e filhas e amá-los em todas as circunstâncias O aniversário do Papa Bento XVI traz-me à memória a fumata bianca do dia 19 de Abril de 2005. O fumo branco da chaminé da Capela Sistina anunciou, mais do que uma eleição, uma oblação, isto é, uma entrega. Foi sinal da aceitação alegre do peso de ser sucessor de São Pedro, quando no horizonte do cardeal Joseph Ratzinger se podia antever um justo e merecido descanso, depois de longos anos de trabalho intenso na vinha do  Senhor. Deus concedeu ao Papa uma paternidade universal. Ser Romano Pontífice significa tornar-se pai de uma multidão de filhos e filhas, ser seu guia, atender às suas muitas solicitações, e amá-los em todas as circunstâncias. Num aniversário, o pensamento costuma olhar para o passado, mas também é um momento para contemplar o presente e projectar o futuro. Imaginar os saborosos frutos que a árvore da Igre

A vida humana, afinal, é violável

João César das Neves DN 2007.04.16 É oficial: em Portugal a vida humana é violável. Continua em vigor o artigo 24.º n.º 1 da Constituição da República Portuguesa, que afirma taxativamente: "A vida humana é inviolável." Mas, com a promulgação do decreto da Assembleia n.º 112/X de "exclusão da ilicitude nos casos de interrupção voluntária da gravidez", a vida humana passou a ser violável. É apenas durante as primeiras dez semanas de particular fragilidade. Mas é indiscutivelmente vida humana e é inegavelmente violável. Vale a pena lembrar que, durante a enorme discussão à volta do referendo recente, ninguém respeitável se atreveu a dizer que o zigoto, embrião ou feto não constituíssem vida humana. Alguns fizeram grandes esforços para afirmar não se tratar de uma "pessoa humana". Dado ser um conceito filosófico, é susceptível de enormes discussões. Mas não foi possível recusar o facto cientificamente demonstrado de que se trata de uma vida, nem a evi